quarta-feira, 28 de setembro de 2016

O boneco da estante #04 e #05


Este apanhei-o ontem à noite e tirei logo uma foto pelo sim pelo não.



E ainda bem porque esta tarde quando cheguei do trabalho já encontrei o boneco nesta nova posição. 



Mas acham que ele se desbronca e fala do boneco? Nada! Um dia comentei "Olha que giro!" e ele apenas comentou monocórdico "Ah, pois está..."



Uma manhã avec LAPIN - "Ojo de pez" - na Fundação Arpaz Szenes-Vieira da Silva




Quando a I me convidou no início do mês novamente para mais uma aventura no sketching disse logo que sim. Até porque se tratava de uma workshop com Lapin na Fundação Arpaz Szenes-Vieira da Silva (FASVS). Como poderia dizer que não! 

Depois da felicidade pelo convite e expectativa pela experiência veio o receio de que já não houvesse vagas. Achei que era um evento imperdível para quem gosta de sketching e para quem conhece o trabalho de Lapin. Foi com muita alegria que recebemos a confirmação passado poucos dias. 

E este fim-de-semana lá fomos. A I, eu e a M, enteada da I. Fomos cedo com receio de perder muito tempo no estacionamento, mas a sorte sorriu-nos e uns rapazes que estavam a descarregar uma furgoneta quando perceberam que queríamos estacionar saíram do estacionamento e estacionaram em dupla fila apenas para acabar de descarregar. Momento lindo de civisco! Como ainda tínhamos perto de 30 minutos fomos procurar um café para tomarmos a I um café e eu um chá. E depois lá fomos!

Era para ser na Casa Atelier, mas devido a uma elevada adesão passaram a workshop para o auditório da FASVS.

Lapin, com extrema simplicidade e poder de síntese, explicou-nos o seu processo criativo e deu-nos as dicas certas para descomplicar algo que à partida parece tão complexo. Fomos perto de 40 pessoas e eu achei pouca gente para a oportunidade de conhecer Lapin. Devem possivelmente ter limitado o grupo. 



Após a apresentação de Lapin fomos então desenhar para o Jardim das Amoreiras. Lapin desafiou-nos a aplicar a Perspectiva Periférica num desenho do Aqueduto das Águas Livres e a aplicar a Perspectiva Circular num desenho da Capela de Nossa Senhora de Monserrate. 

Lapin passou por nós já ia adiantada no meu primeiro desenho. Indicou-me que tinha colocado mal o meu ponto de fuga. Estava demasiado alto. Tenho de o colocar sempre ao nível dos meus olhos. Fiz uma correcção posterior apenas para ficar com o conceito enraizado. Eu e a I ficámos perto de um Sr. com o qual fomos trocando comentários e dicas sobre a melhor forma de abordar o desenho. Esse tipo de convívio é também umas das riquezas destes encontros. Fica a nota mental de que tenho de arranjar um chapéu ou algo para a cabeça. Estava um tempo maravilhoso e bastante calor.

Aqueduto das Águas Livre 


Depois passamos ao segundo exercício, bastante mais desafiador que o primeiro. O simples pormenor que já não há rectas na vertical, que tudo tem de ser arredondado troca-nos todas as noções de perspectiva que temos enraizadas desde sempre e é muito difícil começar e ir avançando. Mas lá conseguimos ir desenhando e consegui terminar o desenho. Não tive foi tempo para pintar.

Capela de Nossa Senhora de Monserrate


Regressamos todos ao auditório e colocámos os nossos cadernos no palco para a tradicional foto no final do encontro.




No final conseguimos, a I e eu, vermos a duas mãos o bloco actual de Lapin e foi deveras espantoso ter ali nas mãos o bloco dele e ver ao vivo estes desenhos (clic aqui!). Perceber como ele é profuso, tendo por dia facilmente dois ou três desenhos espantosamente detalhados e de grande dimensão. Ver o pormenor da aplicação da caneta de gel branca que dá uma dimensão e faz sobressair o desenho do papel. Ficamos todos espantados como é que ele consegue aplicar tinta naquelas folhas que não serão próprias para aguarelar e não haver o mínimo ressombrar de tinta para o avesso da página.

Correu lindamente, mesmo como gostaríamos que tivesse corrido. Para mim, melhor só se tivéssemos tido o dobro do tempo para eu conseguir pintar logo tudo in loco e conseguido ter desfrutado mais da presença de Lapin. Assim tive que acabar de pintar à tarde. 








segunda-feira, 26 de setembro de 2016

Uma visita às Minas de S.Domingos


Nuns dias muito bem passados em Mértola há uns meses passámos pelas Minas de S.Domingos e estivemos a vaguear por lá. É um local repleto de história. Apesar de ser um pouco triste ver o desmorenar e abandono de uma zona que fervilhou de actividade recomendo vivamente o passeio.  Enquanto o F andava a subir montes e a ler os placards sobre a história do local com os míudos, aproveitei para fazer este sketch de uma bomba de remoção das águas do interior dos túneis da mina. 


sexta-feira, 23 de setembro de 2016

Sketching nas férias


Uma das actividades que fazemos sempre nas nossas férias de verão é irmos numa base quase dia-sim-dia-não fazer uma corridinha matinal. Agora já conseguimos ir os 4, que o I também já alinha. Nesses dias, assim em modo de incentivo, há sempre uma futebolada ou uns jogos de discos no final das corridas. Cada um ao seu ritmo vai parando e vai para o campo de futebol à espera dos restantes. Este ano aproveitei esses momentos para deixar os rapazes entretidos e dedicar-me ao meu sketching. Como são momentos não muito demorados, este sketching foi feito em vários dias ao longo das férias.



quinta-feira, 22 de setembro de 2016

O boneco da estante #03


Tenho de fazer Mea Culpa. Não tenho tirado fotos às mudanças do Boneco da estante como deveria. Mas quando o vi nesta posição fui a correr buscar o telemóvel. Esta não podia falhar! Digam lá se o I não estava inspirado. 









terça-feira, 20 de setembro de 2016

A incultura verde


Na casa dos meus pais houve (e continua a haver) uma grande preocupação ecologista. E se houve uma altura da minha meninice em que pensasse que era apenas uma questão económica - "apaga a luz, estás a gastar electricidade"; "fecha a torneira, estás a gastar água". Rapidamente percebi que era toda uma forma de estar que passou pela separação do lixo, assim que foram colocados os devidos eco-pontos (penso que durante uns bons tempos a minha Mãe devia ser a única cliente assídua dos mesmos!), recuperação das águas usadas para a lavagem de legumes e frutas para regar os canteiros entre outros, e culminou na criação de um local para a compostagem para dar destino a um certo tipo de lixo orgânico que iria contribuir para a fertilização lá da mini-horta dos meus pais. Apesar de eu também tentar cumprir com tudo o que sei ainda me consigo espantar com algumas preocupações que deveríamos ter no nosso dia-a-dia e não temos.

Hoje de manhã estava à conversa com duas amigas e uma delas trabalha na área de recolha de resíduos e é espantoso as dificuldades que o sector atravessa, quer pelos custos da recolha e tratamento de certos resíduos, quer pela falta de informação das pessoas que não sabendo a melhor forma alguns e outros nem querendo saber, não têm as melhores atitudes na hora de deitar o seu lixo no lixo (passo a redundância!). Um dos exemplos é que os plásticos deveriam ir todos limpos, pois os restos de comida corroem o plástico tornando a sua reciclagem impraticável e aumentando assim drasticamente os custos da sua recolha e tratamento. Podíamos dizer "Ah, pois, ninguém nos disse e é só o que faltava agora termos de limpar plásticos.". Nessa altura a minha outra amiga partilhou connosco que a sua irmã, que vive no Canadá sempre achou estranho ela não lavar as embalagens antes de as colocar no lixo. Parece que é hábito no Canadá lavarem as embalagens na máquina de lavar antes de as colocar no ecoponto. 

É nesses momentos que percebo que temos ainda tanto a caminhar no que toca à consciência verde. Não estamos nada mal, mas ainda há um longo caminho à nossa frente. Para já vou começar a passar tudo por água e vou ver se vou, como em França, abolir o uso de pratos, talheres e copos de plástico. Só costumo usar nas festas dos miúdos e confesso que vai ser difícil de gerir com outro tipo de loiças. Mas vamos lá devagarinho...


segunda-feira, 19 de setembro de 2016

Um dos pilares da minha vida - a leitura


Estava há pouco a ler um artigo na secção de Cultura na Visão resultado de uma entrevista a Arturo Pérez-Reverte (Click aqui!) e não posso deixar de partilhar este trecho que para mim tem um significado especial:


"Era um jovem normal, gostava de sair com os amigos e com miúdas, mas andava sempre com livros para todo o lado... Cheguei aos 20 anos com tudo lido (...) Chego ao mundo cheio de referências que me permitem interpretá-lo. Estive em lugares e situações horríveis que, sem os livros, me teriam enlouquecido, me teriam perturbado muito mais... Os livros davam-me serenidade para analisar, capacidade de interpretar"

Considero-me uma leitora regular, mas até ser Mãe devorava livros. Devorava mesmo. Os meus (poucos) castigos eram na maior parte das vezes proibições de tocar em livros durante x tempo. E lia de tudo. Andava sempre com um livro à mão, sempre pronta a ler umas linhas em qualquer momento morto. Ao longo da minha vida fui notando a importância que muito do que eu li teve em determinados momentos marcantes, e pontualmente no meu dia-a-dia. Hoje em dia tenho plena consciência que é uma grande almofada contra o stress do dia-a-dia. Quando penso que estou a passar por momentos mais complicados, lembro-me de algumas experiências lidas em livros e relativizo. Penso que há bem pior. Que há forma de sair de situações piores e continuar a viver de forma estável e feliz. Ler é para mim uma forma de introspecção de desligar do mundo e por isso penso que desde que fui Mãe deixei de ler tanto. Não consigo desligar. Acabo por ler só à noite já depois de os deitar.



quarta-feira, 7 de setembro de 2016

Estamos naquela semana do ano...


Aquela semana louca da Rentrée Escolar! 

Aquela semana em que regresso ao trabalho após as mais-que-boas-mas-que-passam-sempre-tão-depressa-Férias-Grandes-de-Verão. 

Este ano para ajudar tenho o I a entrar para o 5º ano (aiii, tão crescido!), a minha irmã que veio agora passar uns dias de férias a terras lusas (o que me ocupa os fins-de-semana de sexta à noite a domingo à noite) e desceu em mim uma mistura de faringite com ataque brutal de rinite em que só  me aguento minimamente funcional até às 17h00. Estou naquele ponto em que só me apetece mandar-me para o sofá mais próximo e aterrar por uns dias. 

Mas a Mãe que há em mim, grita que não dá. Não dá para parar agora. Tenho que estar lá para ter os livros todos a jeito, forradinhos e tudo. Saber qual o material escolar que se tem de comprar, o que se consegue re-aproveitar do ano passado, o que temos no economato lá de casa e se pode distribuir entre o H e o I. Ir às devidas compras o mais rapidamente possível. Ter a paciência para todos os detalhes, necessidades e preferências de cada um deles. Sobretudo ajudar o I nesta mudança e entrada numa nova vida em que o acompanhamento de perto no arranque e mergulho em todo um novo mundo de organização é vital. Sou totalmente a favor da autonomia ajustada a cada fase de crescimento, mas, como bem indicado pela Directora de Turma do I, durante as primeiras semanas é muito importante rever com ele todos os dias quais as novidades do dia, em termos gerais no que toca ao funcionamento da escola, da turma e em concreto para cada disciplina. O que tem de levar a cada dia para cada disciplina. Confirmar muito bem o que vem e o que vai na mochila. Mostrar-lhe o caminho que terá de trilhar sozinho, mas estar lá para lhe dar o empurrão inicial. 

O H, numa transição supostamente mais serena, do 7º para o 8º, também requer alterações de rotinas. Muito suavemente vai pedindo mais liberdade de acção. O meu menino-jovem-adolescente quer já levantar vôo para novas independências. Hoje acerca do jardim já estar a necessitar de ser podado quando eu dizia que assim que tivesse tempo tinha de tratar daqueles arbustos, já me dizia ele tentando-me descansar - "Mãe, um destes dias começo eu a tratar de podar os arbustos". Tendo em conta as ferramentas eléctricas cortantes que eu utilizo  (algumas daquelas que se vêem em filmes de terror de mau gosto) devem imaginar como não fiquei nada nada descansada.

E este calor louco?! Que deixa todos esgotados e sem energias para mais nada. É banhos de manhã, é banhos à tarde. 

Mas já estamos a meio da semana, a temperatura está a ficar mais amena, e já lhe antevejo o fim e sei que para a semana já estarei muito mais serena. Com sorte, com todos os assuntos escolares e actividades extra-curriculares tratados e ordenados. Loucos dias que por mais organização e preparação nunca deixam de levar a nossa paciência e resistência ao limite.

sexta-feira, 2 de setembro de 2016

A beleza da complicidade


Normalmente regressamos a casa de férias num dia para no dia seguinte cada um ir aos seus trabalhos (alguns para a escola - que não deixa de ser o "trabalho" deles). Este ano foi diferente. Decidimos voltar a uma segunda, indo só trabalharmos eu e o meu maridão a partir de quinta. Não planeamos nada para a terça e a quarta. Mas os planos surgiram por si e acabámos por passar a terça em Tróia a convite de uns amigos (obrigada! Foi um dia muito bem passado) e a quarta com a família. Esta foto retrata um dos momentos de cumplicidade da criançada. Ainda falta aqui a M. Adoro esta foto. Pela cumplicidade, pela escala de cores, pelo ar de contemplação da criançada... Apesar das diferenças de idade, que vai dos 13 aos 5, é vê-los passarem o dia todo juntos numa brincadeira pegada. Este deve ter sido um dos raros momentos de sossego.