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quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Mais uma ferida de guerra!

Eu que ando sempre ligada. É por mail, é por telefone. Estou sempre altamente contactável. Logo hoje o meu telemóvel ficou sem bateria à hora de almoço e quando regresso ao meu posto de trabalho, diz-me o meu Chefe (com letra grande porque ele merece! E não, não é graxa porque ele nem conhece este meu cantinho): "Olha, tens o telemóvel desligado. O F ligou e não é nada grave, mas tens de ir à escola dos miúdos levar um deles ao hospital. Parece que tem uma farpa espetada na mão e não deixa ninguém tirar-lha.". Nem me sentei na cadeira. Peguei de novo no casaco e ala, para a escola. No caminho, ainda sem telemóvel, começo a matutar... Hum, qual dos filhos? Será o I? Se se passar da cabeça com a dor é rapaz para "morder" a quem tentar chegar perto, mas ao mesmo tempo, nestas situações ele apresenta sempre uma profunda calma e serenidade. Será o H? É o mais provável. É muito maduro, mas já no passado transfigurou-se quando alguém lhe tentava fazer algo em que sonhava que pudesse doer. Mas quando foi operado portou-se lindamente. Sinceramente cheguei à escola sem a mínima desconfiança de qual deles pudesse ser.
Era o H! A enfermeira da escola tinha tentado tirar-lhe a farpa sem sucesso e disse-me que não conseguia prosseguir, pois via que ele estava mesmo com muitas dores e a farpa era grande e estava profunda. Lá fomos nós para o Hospital. Onde aguardámos mais de meia hora para ele ser atendido. Quando foi para tirar a farpa juntaram-se três enfermeiras e uma médica. Tentaram com dois tipos de pinças diferentes, com agulha, com spray "congelante" para anestesiar a zona onde permanecia a farpa. Foram uns trinta minutos nisto e o H, a quem caiam as lágrimas dos olhos, permaneceu sempre sereno, sem tirar a mão (ao fim de uns minutos as enfermeiras perceberam e largaram-no) e a dar dicas à enfermeira para ela tirar a farpa sem o magoar tanto. Aliás, ao fim de uns minutos, quando ela lhe perguntou:"Está a doer muito, querido?". Ele respondeu: "Está um pouco. Por acaso não tem daqueles sprays que se põe para não doer tanto? A enfermeira lá da minha escola falou-me nisso e acho que seria uma boa ideia usarmos isso.". Pareceu-me que as enfermeiras ficaram com sentimentos de culpa por não se terem lembrado disso mais cedo. No fim a enfermeira colocou-lhe um penso amarelo com uns bichos todos coloridos. Eu vi bem que ele se conteve para não dizer que não gostava. Quando o levei de volta à escola ele pediu-me para passar pela enfermaria para contar à enfermeira o que se tinha passado. Ele contou-lhe o que se tinha passado e no fim pediu-lhe se ela não teria um penso "menos infantil" para não aparecer com aquilo na sala dele. Ela conteve o riso e disponibilizou-se logo para lhe dar um penso para crescidos. Crescem tão depressa os nossos piris! Ah, e a farpa tinha mais de 1 cm, com 1 mm de espessura. Puxa!!

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