Sketching

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Queremos acreditar que não é assim tão mau



Mas depois surgem os números nus e crus (ver aqui - clic!) Deparamo-me com gráficos destes que me deixam toda arrepiada:



E não falo dos valores das idas a um ballet ou à Ópera, ou a um concerto ou ao teatro. Olho para os valores das visitas a monumentos, palácios, castelos, igrejas e jardins; das idas a museus ou galerias; de ver ou ouvir um programa cultural na TV e na rádio; das visitas a livrarias públicas e fico tão triste. Porque isto são actividades básicas do dia-à-dia. FALTA DE INTERESSE?!  Ai minha gente... é tão fácil chegar ao sofá e esparramar-se lá de comando na mão, não é? Ou agarrar-se ao computador e ficar a lamber ecrã.

Viver não é difícil... difícil é saber viver...

Temos que contrariar essa tendência. Eu falo por mim. Também acho que deveria conseguir ter mais actividades destas. É tão bom para a alma e para a vivência em família e com amigos, e sobretudo para a educação das crianças. Se não incentivarmos estas vivências nas nossas crianças, os hábitos não se criam, os interesses não se despertam. É daquelas coisas que só se sabe o quanto é bom quando se "prova".  E as idas com a escola não são suficientes, pois são organizadas numa estrutura escolar e muitas crianças crescem com a memórias das visitas escolares remetendo-as apenas para esse "espaço" e não percebendo que podem perpetuar essas experiências ao longo da sua vida. Há uns anos tive uma conversa com uma colega na universidade que girou à volta desta ideia. Ela dizia que gostava tanto das escursões da escola, que visitou tanta coisa interessante na primária e que ainda hoje se lembrava delas. Eu comentei que por ter feito a primária noutro país não as tinha visitado e visitei-as mais tarde em família. O comentário dela foi que ainda bem que os meus pais se tinham dado ao trabalho de ir comigo por eu não as ter visitado na primária. E então percebi que as idas a museus, monumentos, teatros e afins para ela se remetiam apenas às visitas da escola, que nunca tinha tido tais actividades fora desse contexto. No caso dela penso que não por falta de interesse, mas por não ter posto os pés a caminho... por ter crescido assim.

Bom já partilhei a minha tristeza e frustração convosco. Desculpem-me, mas fico mesmo triste quando penso nisto.

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