Sketching

segunda-feira, 15 de junho de 2015

Recarregar baterias


Aproveitámos o feriado da semana passada para ir descansar para a costa Alentejana.  O tempo esteve muito incerto sempre a saltitar entre o frio e o calor, o céu cinza cheio de nuvens e o céu azul. Passava o tempo a vestir e despir echarpes e casacos. Mas não me impediu de fazer nada, entre as petiscadas, uns passeios, as idas à praia e o "esparamanço" na espreguiçadeira à beira da bela da piscina foram-se passando os dias suave e agradavelmente. Felizmente consegui espaço e tempo para me dedicar aos meus desenhos. Pude realmente vivenciar o que a Rita disse na Workshop que me iniciou nesta coisa dos rabiscos, que é a abertura dos nossos sentidos ao que nos rodeia. À medida que ia desenhando a forma  como olhava para as paisagens ao meu redor começou a alterar. Comecei a reparar mais nas várias tonalidades dos campos a perder de vista, nos tons do céu que alternavam ao longo do dia dos cinzentos aos azuis claros, nas pequenas flores. E eu penso que sempre fui pessoa para apreciar o que me rodeia. No entanto, acho que o que alterou foi a atenção que dei por mim a dar às cores. Dou por mim a fazer misturas de cores mentalmente imaginando como conseguiria chegar aquelas cores.

Connosco estavam várias crianças e houve alturas que já nem conseguia ver a paisagem à minha volta, pois todas me rodeavam estarrecidas por me verem a desenhar. Algumas já me pediam para ver como tinha ficado o desenho da véspera depois de acabado ou vinham perguntar se não tinha feito mais nada entretanto. Das crianças algumas das perguntas/comentários mais comuns são: "Gostas de desenhar?";"Eu nunca vou conseguir desenhar assim";"Como é que aprendeste a desenhar assim?";"Sempre pintaste assim, mesmo quando eras pequena?";"Tu és pintora/artista?"...
Dos adultos o comentário mais comum é: "Tens muito jeito. Eu não tenho jeito nenhum para o desenho. Nunca era capaz de fazer nada disto"



Não escondo que sempre tive jeito para o desenho desde pequena, mas aos mais novos respondi que tinham de experimentar e treinar muito. Aos mais velhos tentei explicar que o jeito é algo muito relativo. É preciso encontrarem o seu estilo e aquilo do que gostam e entregarem-se ao prazer de rabiscar. Desafiei-os explicando-lhes que poderiam ter uma agradável surpresa com o resultado. Mostrei-lhes o meus desenhos para eles próprios perceberem a evolução de uns para os outros.


Para já deixo-vos com dois deles, que por acaso são dos que gostei mais e dos quais já tenho fotos. Publico os restantes quando tirar as fotos.




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