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terça-feira, 20 de setembro de 2016

A incultura verde


Na casa dos meus pais houve (e continua a haver) uma grande preocupação ecologista. E se houve uma altura da minha meninice em que pensasse que era apenas uma questão económica - "apaga a luz, estás a gastar electricidade"; "fecha a torneira, estás a gastar água". Rapidamente percebi que era toda uma forma de estar que passou pela separação do lixo, assim que foram colocados os devidos eco-pontos (penso que durante uns bons tempos a minha Mãe devia ser a única cliente assídua dos mesmos!), recuperação das águas usadas para a lavagem de legumes e frutas para regar os canteiros entre outros, e culminou na criação de um local para a compostagem para dar destino a um certo tipo de lixo orgânico que iria contribuir para a fertilização lá da mini-horta dos meus pais. Apesar de eu também tentar cumprir com tudo o que sei ainda me consigo espantar com algumas preocupações que deveríamos ter no nosso dia-a-dia e não temos.

Hoje de manhã estava à conversa com duas amigas e uma delas trabalha na área de recolha de resíduos e é espantoso as dificuldades que o sector atravessa, quer pelos custos da recolha e tratamento de certos resíduos, quer pela falta de informação das pessoas que não sabendo a melhor forma alguns e outros nem querendo saber, não têm as melhores atitudes na hora de deitar o seu lixo no lixo (passo a redundância!). Um dos exemplos é que os plásticos deveriam ir todos limpos, pois os restos de comida corroem o plástico tornando a sua reciclagem impraticável e aumentando assim drasticamente os custos da sua recolha e tratamento. Podíamos dizer "Ah, pois, ninguém nos disse e é só o que faltava agora termos de limpar plásticos.". Nessa altura a minha outra amiga partilhou connosco que a sua irmã, que vive no Canadá sempre achou estranho ela não lavar as embalagens antes de as colocar no lixo. Parece que é hábito no Canadá lavarem as embalagens na máquina de lavar antes de as colocar no ecoponto. 

É nesses momentos que percebo que temos ainda tanto a caminhar no que toca à consciência verde. Não estamos nada mal, mas ainda há um longo caminho à nossa frente. Para já vou começar a passar tudo por água e vou ver se vou, como em França, abolir o uso de pratos, talheres e copos de plástico. Só costumo usar nas festas dos miúdos e confesso que vai ser difícil de gerir com outro tipo de loiças. Mas vamos lá devagarinho...


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