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terça-feira, 2 de maio de 2017

Até sempre, Rita

Ainda não estou em mim. Éramos (somos...) amigas de trabalho. Daquelas amigas de segunda a sexta, e das 9.00 às 19.00. Mas somos amigas há, penso eu, uns 18 anos... já não estás cá para confirmar este detalhe. Partiste dizendo que voltavas já. Á última da hora nem nos conseguimos encontrar, estávamos as duas com pressa. Querias devolver-me o último livro que te emprestei, eu descansei-te dizendo que mo davas quando voltasses. 

Rita, não voltaste. 

Não estou chateada contigo. Estou triste com esta vida que nos prega estas tristezas. Estou triste por saber que deixas uma Ritinha de 4 anitos sem conhecer a Mãe maravilhosa que lhe tinha calhado. Esta mãe que tantas vezes me falava das traquinices da sua pequenina com os olhos e a voz cheio de um amor que lhe foi negado assim, diria eu, indevidamente. Estou triste e vou guardar para sempre no meu coração, naquele cantinho das pessoas especiais que se cruzaram nas nossas vidas, algumas recordações tuas como quando preguejavas naqueles dias chuvosos que nesses dias as pessoas pareciam gremlins, multiplicavam-se com a chuva. Ou quando perante alguma adversidade sorrias sempre e com a tua energia e boa disposição dizias serenamente 'Vamos lá ver então se conseguimos resolver isto. Não é assim tão grave. Com boa vontade tudo se resolve. O único problema que não se consegue ultrapassar é a morte'.

É esse sorriso e esta boa energia que fica comigo, Rita. Houve uma parte de ti que não partiu. Até sempre, Rita!




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