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quarta-feira, 26 de julho de 2017

Arriscar a minha vida


Estar a arriscar a vida foi a sensação que senti nos primeiros 20 mins da massagem Thai que fui fazer. Cada vez que sentia uma nova "pisadela" nas costas e a minha coluna vertebral dava mais uns estalidos - nalguns casos "estalões" - questionava-me porquê!!? PORQUE me tinha eu lembrado de fazer uma massagem Thai?? Nem vos conto quando começou a fazer-me estalar o pescoço... 

O meu marido diz que foi um acto de coragem. Eu acho que Coragem, não foi decidir fazer a massagem, foi não dar uns gritos e correr dali para fora. Foi conseguir manter toda a minha calma e finalmente relaxar. A verdade é que ao fim de 20 mins comecei a sentir um calor e uma sensação de conforto nas partes do corpo já "trabalhadas" e tendo em conta tudo o que já sabia sobre este tipo de massagens comecei a descansar e a apreciar a massagem. Cada vez que passava a outra parte do meu corpo ficava novamente alerta a ver qual a dor que me iria ser infligida. Sim, paguei para me causarem dor... Que masoquista! O mais assustador foi mesmo ter a massagista a andar desde as minhas pontas dos pés até aos ombros e a dar pulitos nas minhas costas. Arggg.... Só de pensar nisso, arrepio-me toda novamente.

No final da massagem serviram-me um chá quente divinal e só vos digo que me sentia toda solta, muiitoo leve. Quando disse isso ao meu marido ele aconselhou-me a ir olhando para trás de vez em quando. Eu, por segundos, ainda pensei que fosse para eu me dar conta de alguma nova flexibilidade no pescoço, mas logo acrescentou que era para eu ver se não caiam peças atrás de mim... Brincalhão... Logo a seguir à massagem, tal era a sensação de ligeireza, só me apeteceu experimentar umas poses de Yoga a ver qual o efeito da massagem na minha flexibilidade. Ainda não o fiz. 

terça-feira, 25 de julho de 2017

Voltar às raízes


Esta altura do ano tem sempre o dom de me fazer voltar às raízes. De me permitir estar com quem não estou há muito. Rever pessoas de outras vidas. Acordar muitos neurónios. Reavivar lembranças já esbatidas. Voltar a pôr cor em muitas memórias.

Há um tempo atrás li que nem fazemos ideia do quanto somos. De todas as nossas formas e facetas e do muito que fazemos ou somos na vida de outros. Nesta altura do ano fico sempre com essa sensação, a de ter vivido já muitas vidas. A de existir muitos pedaços de Eu na vida de outras pessoas.

Nalguns casos são reencontros planeados, outros agendados de ano a ano. Alguns são totalmente inesperados, ocasionais. Umas óptimas surpresas que proporcionam tanta alegria. Fluem as conversas, as memórias, as desculpas por ausências tão prolongadas que a vida vai forçando e o curso das vidas proporcionando. E nós vamos na corrente. É difícil contrariar estes cursos de vida em todas as frentes. Não há tempo que chegue para abarcar tanto.

Noutros casos são olás fugazes com grandes sorrisos e/ou um piscar de olhos. A ocasião não permite mais conversa, mas fica a certeza que se gostou daquele pequeno reencontro, que ambos nos lembrámos da nossa convivência de há décadas. 

É um aconchego no coração. É bom voltar às raízes e saber que elas estão lá - sólidas e vivas -, mesmo que os novos ramos da vida me tenham levado para longe.

segunda-feira, 24 de julho de 2017

A minha (ou já não) colecção de cactos


Sempre tive uma certa tendência para coleccionar coisas. Foram latas de bebidas, caixas de fósforos, portas-chaves, patos, etc... Foram horas da minha adolescência ocupadas na catalogação, organização e nalgumas das colecções muitas passadas nas trocas entre amigos. Ainda tenho de elefantes, selos e livros... Nessa coisa das colecções houve uma altura em que comecei a comprar uns cactos nuns vasos pequenos por 100/150 Escudos. Foram-se espalhando pelos peitoris das janelas da casa dos meus pais. Eram de todas as formas e feitios, mais picos, menos picos. Com flores, que deram flor, que nunca deram flor...
Naturalmente quando saí de casa deixei-os lá. Muitos deles anda lá continuam mais de 20 anos depois. Este fim-de-semana andei a revisitá-los e tirei umas fotos dos que estavam na cozinha. Muitos deles foram entretanto para vasos maiores para a rua. No próximo fim-de-semana, vou ver se os encontro e se tiro mais umas fotos.





quinta-feira, 20 de julho de 2017

A "imensa" produção da nossa horta!


Eis parte da produção da nossa horta. Eu ajudo na apanha e em comê-la. O meu maridão é que trata da horta com a ajuda do seu "sócio". Nada mais agradável do que chegar a casa ao final da tarde e irmos os dois ver o que temos para apanhar. Quando damos por nós passou uma hora. É uma delícia para os sentidos. Passear no meio do verde e ver as coisas crescerem. Apanhá-las e muitas vezes ir para casa e prepará-las para o jantar. Saboreá-las sem terem passado pelo frio.




Entretanto já começamos a comer os pêssegos paraguaio (aquele achatado no centro). A maioria, mesmo bonitos, tem algumas lagartas junto ao caroço. Sinal que foram contaminados ainda em flor. A natureza é mesmo assim. É uma questão de partilha. Cortam-se as partes que não são boas e comemos o resto. Não vale a pena pensar em pulverizações e produtos para ter os pêssegos mais perfeitos. Comemos o que a natureza nos dá. Se for só metade, paciência! 

sábado, 8 de julho de 2017

Repensar, sete anos depois

Há 7 anos escrevi no Facebook:

"Gostei desta! É bem verdade que parte da nossa educação é nos dada por nós próprios:

«Todo o homem recebe duas espécies de educação: a que lhe é dada pelos outros, e,muito mais importante, a que ele dá a si mesmo» Edward Gibbon"


7 anos depois acredito piamente que a força/vontade/desejo de saber -o que lhe quisermos chamar - que vem de dentro de nós é a que faz real diferença no rumo da nossa vida. A postura das pessoas perante os ensinamentos a que está sujeito, seja educação académica, educação dada pela família, fontes de educação que as rodeias no seu dia-à-dia é crucial. Vai, acredito cada vez mais, além das suas capacidades cognitivas. É o que revela o nosso verdadeiro carácter. 

sexta-feira, 7 de julho de 2017

Conversitas boas

I: "Sabes, Mãe, eu gosto muito de estar em casa dos avós, mas tenho taaanntas saudades tuas.".
Eu: "A sério, querido?".
I: "Eu quero continuar em casa dos avós, mas sinto muitas saudades. Sabes, no dia em que foste embora para casa e te foste despedir de mim na cama?"
Eu: "Sim?"
I: "Adormeci bem, mas a meio da noite acordei lembrei-me das minhas saudades e chorei um bocadinho baixinho. Foi baixinho, o H nem acordou. Depois adormeci outra vez. Mas não te preocupes porque isto é normal. Eu estou feliz na mesma.".



Esta é a recompensa por saber deixá-los estar longe de nós. É tão bom para eles, é tão bom para nós. Custo a todos. Muito. No fundo é como ele diz, por vezes é tão grande a saudade que apetece chorar baixinho, mas estamos felizes à mesma. Eles porque estão a aprender a voar sozinhos. Nós porque percebemos que estão a conseguir voar sozinhos. Sem medos, sem problemas, pondo em causa hábitos, por vezes até mesmo os valores incutidos. Mas é vê-los regressar mais fortes, convictos afinal dos hábitos e valores incutidos, mais crescidos. Sempre mais crescidos e com muitas, muitas saudades nossas.


quinta-feira, 6 de julho de 2017

Uns do mantras dos meus dias

# Um sítio para cada coisa

# Cada coisa no seu sítio

# Usou? Guardou!

# Lixo, no lixo

# Roupa só tem quatro sítios para estar:
     -  No corpo;
     -  No roupeiro;
     -  Na tulha;
     -  Na lavandaria

# Vistoria do fim de dia a cada uma das divisões da casa!



Mesmo assim ainda há umas zonas da casa que teimam em ter vida própria... É uma luta diária! Mas com muita organização, paciência e perseverança - e as tropas todas alinhadas com a mesma filosofia -  a coisa vai indo.


O pior momento - a chegada a casa com "cinquenta" coisas nos braços (os meus e os dos miúdos) para largar e supostamente arrumar logo no sítio certo. Malas, casacos, lancheiras, mochilas, papeladas,... Argh!! E o sofá logo ali a gritar por 5 mins de relax... Por vezes é o acontece. Largo tudo. Sento-me e respiro fundo por 5 mins. Depois levanto-me e lá vou eu!




quarta-feira, 5 de julho de 2017

Pequenas coisas que dão grande prazer



Quando as pequenas coisas dão grande prazer. Estes dois saquinhos de alfazema fi-los para dar à minha amiga I nos seus anos. Queria lhe dar algo feito por mim e nada mais apropriado de que uns saquinhos de alfazema, visto ela ter-me dado um bouquet de alfazema o ano passado que eu sequei e juntei aos grãos de alfazema do meu jardim e do da minha mãe. O mais engraçado é que ela pensou no mesmo e nos meus anos (um par de semanas antes dos dela) também me ofereceu algo feito por ela - uma écharpe/cachecol de malha larga lindíssima. E ela tão feliz por me dar algo feito por ela e eu já a trabalhar também nalgo para ela.

São pequenas coisas que demoram pequenos tempos. Pequenos instantes de alegria e prazer para trazer Felicidade aos meus dias (ainda mais quando é para distribuir esta Felicidade a quem me rodeia!). É todo um conjunto de pequenos momentos distribuídos ao longo dos meus dias. Escolher os tecidos. Escolher as fitas. Pensar em adicionar mais um pequeno detalhe - as rendas. Ir cortando tudo à medida. Alfinetando e colocando de lado para a costura final. Tudo na passagem dos meus dias. No meio de duas obrigações. Entre pôr uma máquina a lavar e fazer o jantar... Entre estender a roupa e ir trabalhar. Pouco a pouco vai se fazendo. Ligar a máquina, costurar 5 minutos. Parar. Continuar amanhã. E quando dou por mim vou fazendo. Surgem pequenas ou grandes coisas feitas ao longo dos meus dias ou noites. Fruto de pequenos momentos que me vão dando grande prazer.

Mais uma vez estes pequenos sacos resultaram do aproveitamento de restos de tecidos e fitas que vou guardando. A fita laranja acabei por comprar, pois não tinha nenhuma que ficasse ao meu gosto. As rendas comprei há uns anos. Tudo o resto é reciclagem. Nesta foto não dá para perceber, mas a renda do saquinho das cornucópias é branca e a do saquinho com o padrão vichy é bege. Para enchimento uso uma proporção de 2 de Alfazema por 1 de arroz carolino. O arroz dá peso e estrutura ao saquinho, e ajuda com as humidades. Usam-se pendurados nos cabides ou nas portas dos roupeiros ou em qualquer outro sítio que nos apetece alegrar e perfumar. É impressionante como o cheiro persiste por largos meses, se não anos. Quando já não deitar o cheirinho habitual, é só abrir a costura por baixo e voltar a encher.