Estava hoje a pensar da gestão que faço do "meu" tempo e cheguei a várias conclusões. Primeiro que usar o pronome possessivo "meu" é quase que um eufemismo. Segundo que tenho invariavelmente a sensação que gasto o "meu" tempo controladamente em acções que directamente não decorrem da minha vontade imediata.
Ou seja, dou muito de mim a quem me rodeia.
No trabalho como é óbvio o tempo é gasto a trabalhar. Por mais que gosto muito do que faço não me realizo por inteiro só por aí.
Em família, há todo o apoio familiar, tempo reservado à família, lida da casa, etc... Que também faço com muito prazer (menos a maioria das lidas da casa!), bem que por vezes me sinta totalmente engolida pelo meu papel de motorista e organizadora de eventos sociais para os meus filhos, e pelo devido tempo a partilhar com parte da geração sénior da família.
Gosto de estar disponível para os amigos. Dou o pino para corresponder aos convites e para conseguir conciliar agendas e também para criar agenda, que sou pessoa para ter saudades dos amigos.
Encontrar o equilíbrio é por vezes complexo, mas é vital para mim. Gosto de chegar a todo o lado, mas tenho consciência que um desses lados tenho de ser EU. Posso ter muito pouco tempo, mas tenho necessidade de sentir que algum dele é usado para fazer o que me dá na real gana a MIM.
Não é preciso muito, podem ser só 5 minutos só para mim. Agora, naquele momento que me apeteceu. Conseguir fazer algo que EU decidi fazer, só porque sim. E foi assim que no outro dia, no meio de mil e umas coisas que estava a fazer e que ainda tinha de fazer, parei e olhei para esta embalagem de produto para lavar a roupa que vou coleccionando para ir guardando "coisas".
Olhei e pensei que estava a precisar de algo para guardar fitas que uso na costura. Peguei na caixa e fui sentar-me no meu cantinho que muito pomposamente chamo de Atelier. Puxei de um resto de papel de embrulho. Peguei na tesoura e na cola de papel. Foi o tempo de cortar o papel, colar e trás! Já está. Nem 5 minutos e fiquei com esta nova caixa para as minhas fitas.
Depois lá fui continuar no corre-corre do tempo a passar. Mas com um sorriso nos lábios a pensar que eu ainda tenho algum controlo nesse tempo que consegue ser um pouquinho "meu".
Mas não pensem que vivo isto com alguma amargura. Não! Estou consciente (pelo menos acredito) que esta fase da minha vida há-de ser aquela em que menos controlo no meu tempo tenho. E que no fundo é bom. É um óptimo sinal ter uma vida assim tão preenchida. No entanto não deixo de tentar conseguir uns 5 minutos destes sempre que possível.
Um Viva às pequenas realizações!
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