segunda-feira, 1 de julho de 2013

Remexer no Baú: Solidão

Este texto foi-me enviado por uma amiga já vai para perto de três anos e na altura gostei imenso. Dei agora de novo com ele e apercebi-me que continuo a gostar imenso. E como acredito na partilha para um crescimento comum, qualquer que seja a valência e área da nossa vida, deixo-o aqui para vós!


"Solidão não é falta de gente para conversar, namorar, passear ou fazer amor...
Isto é carência.
Solidão não é o sentimento que experimentamos na ausência dos entes queridos que não podem voltar...
Isto é saudade.
Solidão não é o retiro voluntário que nós impomos para realinhar os pensamentos...
Isto é equilíbrio.
Solidão não é o claustro involuntário que o destino nos impõe compulsoriamente para que reavaliemos a nossa vida...
Isto é um princípio da natureza.
Solidão não é o vazio de pessoas ao nosso lado...
Isto é circunstancial.
Solidão é muito mais do que isto.
Solidão é quando nos perdemos de nós mesmos e procuramos em vão pela nossa alma...

(Chico Buarque de Holanda)

De nada adianta fingir que não existem momentos de desalento, de tristeza, de fragilidade, nem adianta fugir deles. A melhor maneira de nos libertarmos destes momentos é chorando. Às vezes é preciso esta libertação, estas catarses, estas lágrimas, para que consigamos esvaziar-nos. Estamos demasiado cheios de repressões, de códigos de boa conduta (alguns têm, outros nunca ouviram falar) que, muitas vezes, nos fazem mais mal do que bem. Sim, precisamos de regras – já assim é tão difícil convivermos imagine-se sem elas – mas precisamos também de ter bom senso, sensibilidade e inteligência para saber quando as devemos quebrar para nosso próprio bem, mas sem egoísmos. Devemos quebrar regras quando elas nos condicionam, inibem e castram.
Nos momentos de maior pressão, ou desafio, olhe para trás e reveja aquela terrível experiência que viveu e que ultrapassou. Foi grande, não foi? Foi audaz, verdade? Pois, e continua a ser! A única coisa que mudou é que agora é mais maduro e a maturidade é um óptimo parceiro de Jogo.
Tenha o seu luto, respeite e aceite o seu tempo de reestruturação mas depois volte à vida, sim? Precisamos de si."

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