Este desenho é a prova que o tempo estica conforme quisermos e que a paciência é uma grande (enorme) virtude. A minha última semana de trabalho antes de ir de férias foi bastante intensa. Parece que para se ir de férias temos de fazer o mesmo que se faria nesse período adicionando-o ao trabalho da semana anterior e ao da seguinte. Não conseguia ter horas para almoçar. Almoços combinados com duas amigas tiveram que ser relegados para o regresso das férias. Já não me lembro se foi ao longo de dois ou três almoços a correr com uma sopa e uma sandes, na cafetaria do trabalho, que fui fazendo este desenho, mas foi assim muito rápido, rápido, a correr, para sentir que tinha um corte ao longo do dia digno desse nome. Para desligar por poucos minutos que fosse. E atingi o meu propósito. Desliguei mesmo nos 15 a 20 minutos que levei a comer a minha sopa e a engolir a minha sandes com a mão esquerda, enquanto pintava com a direita. Quando acabava o festim guardava o material, abanava e soprava o bloco e toca a regressar ao meu posto de trabalho. Algumas sombras já só foram terminadas nas férias, que foi quando assinei o desenho. É a prova viva que o tempo estica e que com paciência se vai fazendo muita coisa. Quando me perguntam como consigo fazer tanta coisa e chegar a tanto lado, por vezes nem sei como explicar. Penso que a vontade de fazer é tão forte e a certeza que gostaria de fazer coisas que dariam para muito mais do que uma vida me faz procurar optimizar o pouco tempo que tenho. Quando vejo certas pessoas deixar escoarem-se as horas dos dias sem as aproveitarem apetece-me abaná-las e perguntar-lhes se não temem o arrependimento um dia mais tarde. Se estão conscientes? Se não acreditam numa forma diferente, mais intensa de viver a vida. Espero sinceramente que não lhes chegue esse tal arrependimento.
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