Estava há pouco a ler um artigo na secção de Cultura na Visão resultado de uma entrevista a Arturo Pérez-Reverte (Click aqui!) e não posso deixar de partilhar este trecho que para mim tem um significado especial:
"Era um jovem normal, gostava de sair com os amigos e com miúdas, mas andava sempre com livros para todo o lado... Cheguei aos 20 anos com tudo lido (...) Chego ao mundo cheio de referências que me permitem interpretá-lo. Estive em lugares e situações horríveis que, sem os livros, me teriam enlouquecido, me teriam perturbado muito mais... Os livros davam-me serenidade para analisar, capacidade de interpretar"
Considero-me uma leitora regular, mas até ser Mãe devorava livros. Devorava mesmo. Os meus (poucos) castigos eram na maior parte das vezes proibições de tocar em livros durante x tempo. E lia de tudo. Andava sempre com um livro à mão, sempre pronta a ler umas linhas em qualquer momento morto. Ao longo da minha vida fui notando a importância que muito do que eu li teve em determinados momentos marcantes, e pontualmente no meu dia-a-dia. Hoje em dia tenho plena consciência que é uma grande almofada contra o stress do dia-a-dia. Quando penso que estou a passar por momentos mais complicados, lembro-me de algumas experiências lidas em livros e relativizo. Penso que há bem pior. Que há forma de sair de situações piores e continuar a viver de forma estável e feliz. Ler é para mim uma forma de introspecção de desligar do mundo e por isso penso que desde que fui Mãe deixei de ler tanto. Não consigo desligar. Acabo por ler só à noite já depois de os deitar.
Sem comentários:
Enviar um comentário
Muito obrigada por passar por cá e deixar o seu comentário!