Viver melhor não é sinónimo de ter
mais dinheiro, pelo menos quando estão garantidas as necessidades mínimas (mas
mesmo as mínimas, não são as necessidades do bico da pirâmide de Maslow). Eu
acredito que viver melhor é uma forma de estar, uma forma de ser reavaliada
continuamente. Quando vejo pessoas pela manhã a deixar os filhos na escola já
com caras de enterro fico triste. Triste, porque devem ter lá os seus
problemas, mas sobretudo triste quando são as mesmas pessoas com as ditas caras
de enterro todos os dias do ano. Para mim isso já é uma forma de estar. A não
ser para a morte e algumas doenças muito graves, para tudo há remédio. Nem que
seja assumir que remediado está e tirar o melhor partido do que pode restar da
vida noutros campos. Dizem que é uma capacidade genética e que nem todos
conseguimos e que o ADN português tem o fado lá gravado e a tendência para a comiseração.
E tentar dar a volta, não? Porque se as coisas más, chatas, tristes,
inevitáveis fazem parte da nossa vida e livrarmo-nos de algumas não depende de nós.
A forma como as encaramos e o esforço que fazemos para preencher o resto da
nossa vida com coisas boas, pequenos momentos de felicidade, sorrisos, apenas
depende de nós. É difícil, não? Pois, mas é preciso nos recordarmos que difícil
não é viver, difícil é saber viver. E este saber pode ser trabalhado,
potenciado, enriquecido todos os dias.
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