sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Desmistificações alimentares

Gosto sempre de ler sobre estas "desmistificações". Hoje li aqui (site Pais&Filhos) , entre outras coisas, o que tomo a liberdade de transcrever abaixo. Estes "mitos" tem sido muitas vezes discutidos no meu "entourage". Há quem auto-limite a sua alimentação acabando por se prejudicar sem saber.

Desculpem-me o longo post.

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Laranja: De manhã ouro, à tarde prata e à noite mata! FALSO? VERDADEIRO?
Esta frase, um pouco enigmática e assustadora relaciona-se muito provavelmente com a quantidade de vitamina C das laranjas.
Como é sabido, a vitamina C é considerada, entre outras, uma vitamina "anti cansaço" que exerce uma ação excitante e estimulante. A vitamina C, sobretudo se for ingerida através dos alimentos é, em princípio, bem suportada pelo organismo. No entanto, há quem afirme que existem casos de pessoas muito sensíveis que toleram mal esta ação "anti cansaço" das laranjas. Daí a expressão "de manhã ouro", uma vez que a vitamina C é uma boa maneira de começar o dia e assegurar uma parte das necessidades diárias; "à tarde prata" porque um suplemento de vitamina C à hora do almoço poderá já causar agitação a algumas pessoas particularmente sensíveis; e "à noite mata" porque se comerem laranjas à noite, estas pessoas poderão correr o risco de não pregar olho. Apesar de esta ser uma ideia muito difundida, não existem no entanto estudos científicos que demonstrem que a vitamina C impede o sono: existe um mito, mas não a confirmação científica. E não há dúvidas de que esta frase é, pelo menos, muito exagerada...

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Beber durante as refeições engorda FALSO
Diz-se muitas vezes que ingerir bebidas à refeição engorda. A justificação apresentada é que os líquidos ajudam a esvaziar o estômago mais rapidamente, e levam-nos a comer mais. No entanto, não existe qualquer ligação entre estes dois factos. O que acontece é que as bebidas que tomamos às refeições diluem os sucos gástricos e tornam a digestão mais longa. Apenas por essa razão (e não porque engorda beber às refeições) é preferível beber pouco quando se come e deixar as bebidas para os intervalos entre as refeições.

O açúcar refinado é artificial FALSO
A sacarose no açúcar refinado é exatamente a mesma que a sacarose na cana-de-açúcar. Ao contrário do que muitas vezes é referido, o açúcar refinado não contém quaisquer aditivos ou conservantes e não é sintetizado, ou seja, não passou por nenhum processo químico. Este açúcar foi simplesmente esmagado, lavado, purificado e finalmente cristalizado, tratando-se assim de um produto natural. Por outro lado, é comum ouvir-se dizer que existem diferenças entre o açúcar branco, o escuro e o amarelo. Do ponto de vista nutricional, não existe uma diferença significativa entre os diversos tipos de açúcar. O que os distingue é o uso que se deveria fazer de cada um deles, pois têm sabor e cor diferentes uns dos outros.

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As bactérias do iogurte são benéficas VERDADEIRO
O iogurte é geralmente obtido pela fermentação do leite, através da ação de duas bactérias – Streptococcus thermophilius e Lactobacillius bulgaricus – que transformam a lactose (o açúcar do leite) em ácido láctico. Uma vez que são adicionadas após o processo de pasteurização do leite, estas bactérias permanecem "vivas", tornando os iogurtes verdadeiros "alimentos vivos". Um dos aspectos positivos que decorre é o facto de as duas bactérias do iogurte conseguirem manter no intestino um meio ácido que impede o desenvolvimento de outros microrganismos e leveduras prejudiciais que podem causar infecções. Para além desta vantagem, as bactérias do iogurte ajudam o nosso corpo a reagir quando a flora dos intestinos se encontra fraca ou na presença de microrganismos prejudiciais.

Betacaroteno: pode prevenir os golpes de sol - VERDADEIRO
"A vitamina A encontra-se exclusivamente nos organismos animais; no entanto, as plantas contêm substâncias capazes de serem transformadas em vitamina A, quando absorvidas por animais. Chamam-se por esta razão provitaminas e o betacaroteno é um exemplo. O betacaroteno confere aos vegetais cor, entre o amarelo e o vermelho, como acontece nas cenouras, mangas ou alperces. Segundo um estudo realizado nos Estados Unidos e divulgado no American Journal of Clinical Nutrition, uma alimentação rica em betacaroteno e vitamina e pode ser muito eficaz contra as queimaduras solares. Neste estudo, 22 pessoas foram expostas à ação dos raios ultravioletas: numa primeira fase a exposição foi feita em condições normais; numa segunda fase, a exposição foi feita após um suplemento de betacaroteno. Observou-se que o impacte dos raios ultravioleta foi 30% menor após este tratamento vitamínico, com duração de 8 semanas, e que se tornou ainda mais evidente quando o tratamento se prolongou até às 12 semanas. Este facto parece indicar que os efeitos protetores observados estão relacionados com um consumo regular de vitaminas e não com um tratamento pontual.

Consumimos demasiados hidratos de carbono - FALSO
Os alimentos ricos em hidratos de carbono como o pão, as massas, o arroz ou as batatas, foram até há poucos anos considerados alimentos "engordantes". Atualmente, esta ideia tem vindo a desmistificar-se, sabendo-se que os hidratos de carbono são um elemento essencial para uma alimentação equilibrada. Os estudos demonstram que o consumo atual de hidratos de carbono na Europa representa, em média, cerca de 45% do total de calorias ingeridas. A opinião da FAO/OMS é que este valor deveria aumentar para cerca de 55%. Este aumento deveria ser acompanhado na mesma proporção pela diminuição do consumo de gorduras.

O chá contém antioxidantes VERDADEIRO
Nos últimos anos, o chá parece ter entrado na moda... E por que razão? Porque o chá contém muitos flavonóides – um grupo de substâncias presentes nos chás preto e verde que tem propriedades antioxidantes muito fortes. Os antioxidantes são substâncias que reagem contra os radicais livres – moléculas instáveis que podem causar danos às células – neutralizando-os e diminuindo os prejuízos que estes podem causar. Algumas investigações, do início dos anos 90, demonstraram que os antioxidantes podem contribuir para a prevenção do cancro e das doenças cardiovasculares.

Os alimentos congelados alimentam menos que os frescos FALSO
As técnicas actuais de congelação permitiram diminuir o risco de danificação das células dos alimentos, por isso, desde que tenham sido submetidos a um processo correcto de congelação e descongelação, os alimentos não perdem nenhuma das suas características e propriedades.
O processo de congelação restitui-nos aquilo que lhe foi entregue ou seja, se um alimento foi congelado fresco, as suas qualidades de origem são preservadas, caso contrário também é certo que o frio não melhora a sua qualidade. Quando o peixe é congelado ainda no alto mar, ou os legumes logo após a colheita, não há dúvida que as suas características nutricionais só têm a ganhar. As vitaminas, por exemplo, conservam-se melhor após um processo de congelação do que no caso de o produto ter seguido um circuito de transporte e armazenamento desfavoráveis. A congelação em casa não garante a mesma segurança que a congelação industrial. Alguns conselhos:
- Congelar apenas alimentos frescos, sãos, no ponto certo (nem verdes, nem demasiados maduros, no caso de frutas e legumes).
- Embalar os alimentos em invólucros de qualidade, próprios para o efeito, que se fechem depois de se retirar o ar.
- Regular o congelador no máximo (-24° C a -32°C) algumas horas antes de congelar o que quer que seja. Passadas 24 horas a temperatura pode voltar de novo ao normal (-18ºC).



"O leite gordo contém a mesma quantidade de cálcio que o leite magro" VERDADEIRO
O cálcio não se encontra na parte gorda do leite. por isso a quantidade de cálcio não varia, seja o leite gordo, meio gordo, ou magro. Mas a absorção e utilização do cálcio em leites e produtos magros pode sair prejudicada pela menor presença ele, vitaminas liposolúveis.
O que distingue os leites com diferentes teores de gordura, para além ela percentagem de gordura, é a quantidade ele calorias e o teor de vitaminas lipossolúveis (como as vitaminas A, D, E e K). A maioria dos nutrientes mantém-se inalterada, à excepção das vitaminas lipossolúveis, que no caso do leite magro são bastante menores devido ao facto de a gordura ter sido retirada (as vitaminas A, E e K estão presentes na gordura do leite).

Os ovos fazem mal ao fígado FALSO
Ao contrário do que se possa pensar, os ovos são alimentos que se digerem muito bem. O que por vezes pode acontecer é os diferentes modos de preparação os tornarem indigestos, como acontece, por exemplo, com os ovos fritos em demasiada margarina ou azeite ou os ovos cozidos que se comem com maionese. A clara do ovo contém quase exclusivamente proteínas e a gema fornece sobretudo gorduras, sais minerais (cálcio, ferro e fósforo) sendo muito rica em vitamina A e D. Tal como a carne ou o peixe, as proteínas dos ovos são das mais bem aproveitadas pelo organismo e fornecem todos os aminoácidos indispensáveis.
Por todas estas razões, os ovos recomendam-se desde a mais tenra idade: as gemas podem juntar-se aos purés e as crianças raramente recusam um ovo estrelado ou mexido.


O peixe não alimenta FALSO
O peixe sofre do mesmo descrédito que os ovos. Não é raro ouvir-se a expressão "Peixe não puxa carroça" a alguém que põe de lado um belo peixe e prefere um bife ou qualquer outro prato de carne, pensando que acabará a refeição muito melhor alimentado. O peixe está associado à quaresma, e associa-se também às dietas. No entanto, não há nenhuma razão para o peixe não ser considerado um excelente alimento, antes pelo contrário: é uma fonte de proteínas de alta qualidade, como são as dos ovos e da carne e a única diferença reside no seu teor de gordura, bastante mais baixo (apesar de variar bastante de peixe para peixe) e que o coloca em primeiro lugar na lista de preferências dos regimes pobres em gorduras. Também o peixe congelado, desde que tenham sido cumpridas todas as regras de congelação e descongelação, apresenta o mesmo valor nutritivo do peixe fresco e é mais barato.

O pão engorda FALSO
Este é um erro muito generalizado, que começa aos poucos a ser reconhecido. Depois de ter sido banido de muitas mesas, o pão faz aos poucos a sua reaparição, reconquistando o lugar importante que merece na nossa alimentação. Apesar de não fazer engordar, como tantas vezes se ouve dizer, é importante não esquecer que a sua riqueza em glúcidos nos fornece calorias: por cada 100 g que comemos, recebemos 250 cal. E convém também lembrar que com pão, come-se sempre mais qualquer coisinha, e talvez seja este o verdadeiro problema...

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